Pós Graduação

Espaço para Pós Graduação de Psicopedagogia

Galera conforme combinado Filme Aula professora Rúbia. 23/02/2013

Filme : Como Estrelas na Terra

Sobre : Dislexia




Relembrando Tópicos da Aula de hoje 23/02/2013   Prof.: Rúbia

A Psicopedagogia vai casar saúde e educação.
A Família, o Meio e a sociedade são de suma importância para aprendizagem da criança.
A Psicopedagogia surgiu no Brasil nos anos 80 na Escola Guatemala no Rio de Janeiro, ela nasceu com objetivo de proporcionar uma redução das crianças com problemas de aprendizagem.

Temos:

- Atraso do Desenvolvimento Neuropsicomotor (ADNPM)

A criança portadora de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor (ADNPM) apresenta dificuldade em vários domínios de seu desenvolvimento, podendo ser ao nível da motricidade fina/grosseira, da linguagem, da cognição, das competências pessoais e sociais, das atividades da vida diária (vestuário, auto cuidado e alimentação), atividades de trabalho (escola) e atividades de lazer ( brincar).
A atuação do Terapeuta Ocupacional com crianças com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor enfoca, principalmente a melhora e adaptação de competências nas áreas do desenvolvimento neuropsicomotor e em orientações a família e a escola no manejo com a criança.  A prática de Terapia Ocupacional necessita ser adequada para cada criança, ou seja, individualizada. Deve ser avaliada em seus aspectos físicos, sensoriais, cognitivos, emocionais e sociais.  É esse o papel transformador do profissional. Ajudar a criança com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor a descobrir, manter e desenvolver sua linguagem própria, o que vai lhe permitir dominar o ambiente e ser feliz.
A participação dos pais e da escola (professores) é de grande importância para uma boa evolução do tratamento. Sendo necessário o cumprimento e execução das orientações, adaptações e estimulações fornecidas pelo terapeuta para o âmbito domiciliar e escolar.

- Transtornos de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

 O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é uma síndrome caracterizada por desatenção, hiperatividade e impulsividade causando prejuízos a si mesmo e aos outros em pelo menos dois contextos diferentes (geralmente em casa e na escola/trabalho). Entre 3% e 6% das crianças em fase escolar foram diagnosticadas com este transtorno. Entre 30 a 50% dos casos persistem até a idade adulta. Sua causa, o diagnóstico, sua utilização para justificar mal desempenho acadêmico e o grande número de tratamentos desnecessários com anfetaminas geram polêmica desde a década de 70 . Na Classificação Internacional de Doenças da OMS mais recente (CID-10) é classificado como um Transtorno Hipercinético.


O transtorno se caracteriza por frequente comportamento de desatenção, inquietude e impulsividade, em pelo menos três contextos diferentes (casa, creche, escola, ...) O Dicionário de Saúde Mental atual (DSM IV) subdivide o TDAH em três tipos:
  • TDAH com predomínio de sintomas de desatenção;
  • TDAH com predomínio de sintomas de hiperatividade/impulsividade e;
  • TDAH combinado.
Em inglês, também é chamado de ADHD, as iniciais de Attention Deficit/Hyperactivity Disorder
Na década de 1980, a partir de novas investigações, passou-se a ressaltar aspectos cognitivos da definição de síndrome, principalmente o déficit de atenção e a impulsividade ou falta de controle, considerando-se, além disso, que a atividade motora excessiva é resultado do alcance reduzido da atenção da criança e da mudança contínua de objetivos e metas a que é submetida. É um transtorno reconhecido pela OMS (Organização Mundial da Saúde), tendo inclusive em muitos países, lei de proteção, assistência e ajuda tanto aos que têm este transtorno ou distúrbios quanto aos seus familiares. Há muita controvérsia sobre o assunto. Há especialistas que defendem o uso de medicamentos e outros que acham que o indivíduo deve aprender a lidar com ele sem a utilização de medicamentos.

- Dislexia

Dislexia (do grego Δυσλεξία, δυσ ["difícil"] e λέξις ["palavra"]) caracteriza-se por uma dificuldade na área da leitura, escrita e soletração. A dislexia costuma ser identificada nas salas de aula durante a alfabetização, sendo comum provocar uma defasagem inicial de aprendizado.
A dislexia é mais frequentemente caracterizada por dificuldade na aprendizagem da decodificação das palavras. Pessoas disléxicas apresentam dificuldades na associação do som à letra (o princípio do alfabeto); também costumam trocar letras, por exemplo, b com d, ou mesmo escrevê-las na ordem inversa, por exemplo, "ovóv" para vovó. A dislexia, contudo, é um problema visual, envolvendo o processamento da escrita no cérebro, sendo comum também confundir a direita com a esquerda no sentido espacial. Esses sintomas podem coexistir ou mesmo confundir-se com características de vários outros fatores de dificuldade de aprendizagem, tais como o déficit de atenção/hiperatividade, dispraxia, discalculia, e/ou disgrafia. Contudo a dislexia e as desordens do déficit de atenção e hiperatividade não estão correlacionados com problemas de desenvolvimento.


Dislexia
A Dislexia é um transtorno de aprendizagem da leitura e da escrita que aparece na pré-escola. Apresenta-se nos momentos iniciais de leitura e escrita, encontrando-se subjacente a esse processo. É uma dificuldade específica nos processamentos da linguagem para reconhecer, reproduzir, identificar, associar e ordenar os sons e as formas das letras, organizando-os corretamente.
Os transtornos aparecem mais claramente no início da alfabetização quando alguns sintomas se tornam evidentes: dificuldade na leitura; dificuldade na escrita; espelhamento; omissão; inversão; enfim, vários são os sinais.
A criança disléxica é aquela que permanece por mais de dois anos sem avançar muito nos processos de alfabetização. Quanto mais cedo se fizer o diagnóstico, melhor será o tratamento e menos sofrimento terá o indivíduo. Não deixe passar dos oito anos de idade para começar.
O diagnóstico deve ser multidisciplinar e deve ser um diagnóstico de exclusão, ou seja, deve excluir aspectos como o rebaixamento da inteligência; problemas neurológicos ou emocionais, pois nesses casos a Dislexia fica em segundo plano - somente acompanhando o diagnóstico principal.
A Dislexia não tem cura - o que existe é um tratamento para que o disléxico possa potencializar suas capacidades e minimizar suas dificuldades, aprendendo a conviver com ela e encontrando estratégias para poder caminhar sozinho. O tratamento dura em torno de dois anos e se for necessário retomar os trabalhos não deve ser considerado como retrocesso ou regressão, mas como uma necessidade. A alta só é dada quando o indivíduo já adquiriu instrumentos para andar por si mesmo, superou suas dificuldades e encontrou estratégias para conseguir obter sucesso nas suas atividades.
Na Dislexia é muito comum a troca de vogais; m/n; omissões (prato/pato); inversões (prato/parto); pula palavras e até uma linha inteira na cópia. Pode apresentar fala tardia; trocas na fala e geralmente a criança que fala errado até mais ou menos 5/6 anos de idade escreverá errado. Deve-se corrigir antes de iniciar o processo de alfabetização.
Os leitores evidenciam necessidades variáveis: o leitor iniciante analisa a palavra; os experientes identificam as palavras instantaneamente.
Leitores disléxicos demonstram falhas no sistema:
1. parieto-temporal;
2. problemas iniciais ao analisar as palavras;
3. muita dificuldade em transformar sons em letras;
4. mesmo com treino continuam a ler sem fluência.
Fonte : http://aprenderemconstrucao.blogspot.com.br/2007/12/dislexia.html

 

- Aprendizagem Lenta - IC - IM


Deficiência Mental

Inteligência...
Definição de inteligência: “capacidade para aprender, capacidade para pensar abstratamente, capacidade de adaptação a novas situações” e “conjunto de processos como memória, categorização, aprendizagem e solução de problemas, capacidade linguística ou de comunicação, conhecimento social…”(Sainz e Mayor).


Deficiência Mental

Conceito:
Deficiência mental é a designação que caracteriza os problemas que ocorrem no cérebro e levam a um baixo rendimento, mas que não afetam outras regiões ou áreas cerebrais.

Quem pode ser considerado deficiente mental?
Deficiente mental são “todas as pessoas que tenham um QI abaixo de 70 e cujos sintomas tenham aparecido antes dos dezoito anos considera-se que têm deficiência mental.” - Paula Romana.
Segundo a vertente pedagógica, o deficiente mental será o indivíduo que tem uma maior ou menor dificuldade em seguir o processo regular de aprendizagem e que por isso tem necessidades educativas especiais, ou seja, necessita de apoios e adaptações curriculares que lhe permitam seguir o processo regular de ensino.


Graus de deficiência mental
Embora existam diferentes correntes para determinar o grau de deficiência mental, são as técnicas psicométricas que mais se impõem, utilizando o QI para a classificação desse grau.
O conceito de QI foi introduzido por Stern e é o resultado da multiplicação por cem do quociente obtido pela divisão da IM (idade mental) pela IC (idade cronológica).Segundo a OMS, a deficiência
divide-se:
- Profunda:
• Grandes problemas sensorio-motores e de comunicação, bem como de comunicação com o meio;
• São dependentes dos outros em quase todas as funções e atividades, pois os seus handicaps físicos e intelectuais são gravíssimos;
• Excepcionalmente terão autonomia para se deslocar e responder a treinos simples de autoajuda.

- Grave/severa:
• Necessitam de proteção e ajuda, pois o seu nível de autonomia é muito pobre;
• Apresentam muitos problemas psicomotores;
• A sua linguagem verbal é muito deficitária – comunicação primária;
• Podem ser treinados em algumas atividades de vida diária básicas e em aprendizagens pré-tecnológicas simples;

- Moderado/média:
• São capazes de adquirir hábitos de autonomia pessoal e social;
• Podem aprender a comunicar pela linguagem oral, mas apresentam dificuldades na expressão e compreensão oral;
• Apresentam um desenvolvimento motor aceitável e têm possibilidade para adquirir alguns conhecimentos pré-tecnológicos básicos que lhes permitam realizar algum trabalho;
• Dificilmente chegam a dominar as técnicas de leitura, escrita e cálculo;

- Leve/ligeira:
• São educáveis;
• Podem chegar a realizar tarefas mais complexas;
• A sua aprendizagem é mais lenta, mas podem permanecer em classes comuns embora precisem de um acompanhamento especial;
• Podem desenvolver aprendizagens sociais e de comunicação e têm capacidade para se adaptar e integrar no mundo laboral;
• Apresentam atraso mínimo nas áreas perceptivas e motoras;
• Geralmente não apresentam problemas de adaptação ao ambiente familiar e social.

Etiologia/Causas e fatores de risco
É importante alertar que, muitas vezes, apesar da utilização de recursos sofisticados na realização do diagnóstico, não se chega a definir com clareza a causa de deficiência mental.

Fatores Genéticos
Estes factores actuam antes da gestação; a origem da deficiência está já determinada pelos genes ou herança genética. São fatores ou causas de tipo endógeno (atuam no interior do próprio ser).
Existem dois tipos de causas genéticas:
• Geneopatias – alterações genéticas que produzem metabolopatias ou alterações de metabolismo;
• Cromossomopatias – que são síndromes devidos a anomalias ou alterações nos cromossomas.

Fatores Extrínsecos
Fatores extrínsecos são fatores pré-natais, isto é, que atuam antes do nascimento do ser.
Podemos, então, constatar os seguintes problemas:
• Desnutrição materna;
• Má assistência à gestante;
• Doenças infecciosas;
• Intoxicações;
• Perturbações psiquícas;
• Infecções;
• Fetopatias; (atuam a partir do 3º mês de gestação)
• Embriopatias (atuam durante os 3 primeiros meses de gestação)
• Genéticos.
• etc

Fatores Perinatais e neonatais
Fatores Perinatais ou Neonatais são aqueles que atuam durante o nascimento ou no recém-nascido.
Neste caso, podemos constatar os seguintes problemas:
• Metabolopatias;
• Infecções;
• Incompatibilidade RH entre mãe e recém nascido.
• Má assistência e traumas de parto;
• Hipóxia ou anóxia;
• Prematuridade e baixo peso;
• Icterícia grave do recém nascido (incompatibilidade RH/ABO).

Fatores Pós-Natais
Fatores pós-natais são fatores que atuam após o parto.
Observamos, assim, os seguintes problemas:
• Desnutrição, desidratação grave, carência de estimulação global:
• Infecções;
• convulsões;
• Anoxia (paragem cardíaca, asfixia…)
• Intoxicações exógenas (envenenamento);
• Acidentes;
• Infestações.

Intervenção Pedagógica
No desenvolvimento de um indivíduo deficiente mental, deparamo-nos com várias dificuldades, sendo elas:
• Psicomotoras;
• Sensoriais;
• Nas relações sociais;
• De autonomia;
• De linguagem.

No momento de planificar qualquer intervenção educativa, devemos pensar nessas dificuldades e, consoante as possibilidades e limitações de cada indivíduo, estabelecer o programa mais adaptado.
Além de conhecer o estado geral do seu desenvolvimento e as dificuldades específicas apresentadas, deveremos atender também às capacidades de aprendizagem de cada um, para evitar que os objetivos educativos não sejam nem demasiado exigentes, a ponto de o aluno não poder atingi-los, nem tão simples, que não favoreçam ao máximo o desenvolvimento das suas potencialidades.
•Em primeiro lugar, a criança deficiente tem dificuldade em estruturar as suas experiências.
A aquisição de capacidades perceptivo-motoras não terá a mesma significação que têm para a maioria dos indivíduos da sociedade a que pertencem.
• É difícil comunicar com estas crianças porque, por um lado, teremos de entrar no seu mundo de objetos e representações e, por outro, no mundo das pessoas normais existe um campo de experiências que estão fora do alcance da criança deficiente.
Esta dificuldade para estabelecer comunicação faz com que o tipo de educação que lhes damos, deva basear-se numa série de estratégias que permitam educar a percepção, motricidade e linguagem e que consistirão no treino da capacidade para efetuar as diferenciações e as estruturações necessárias para que as aprendizagens escolares possam revestir-se de significado para a criança e possam chegar a ser objetos, ou seja, possam fazer parte não apenas do seu meio ambiente mas também do seu próprio meio.
• A criança deficiente mental não possui determinados meios para poder afirmar-se como pessoa e, por conseguinte, está sujeita a não ser respeitada e a ser tratada, por vezes, como um objecto. Para isso, contribui uma série de fatores que passaremos a referir: os pais não devem deixar que a criança não faça nada, pois isso prejudica o desenvolvimento da sua autonomia pessoal; outro aspecto em que é preciso ajudar o deficiente mental é na integração do seu esquema corporal, pois se não conseguir compreender os termos que simbolizam as relações espaciais, não poderá compreender os sistemas convencionais que regulam a vida social e viverá à margem desta e muitas ocasiões.
• A atitude perante o deficiente mental deve ser sempre de aceitação da sua pessoa tal como é; esta atitude deveria ser adoptada por toda a sociedade, mas muito especialmente por pais e educadores.

A educação…
A educação em casa
O período educativo, em que as crianças estão permanentemente em contato com os pais ou em creches ou amas, corresponde às primeiras etapas da sua vida, é da maior importância no seu desenvolvimento.
É importante que estes recebam apoio e orientações necessárias sobre as possibilidades de desenvolvimento da criança, para que assim, possam favorecê-las desde o princípio:
• o meio ambiente tem uma enorme influência na aprendizagem, através da estimulação direta ou indireta que é dada à criança;
• os primeiros anos da infância são o período mais favorável para a estimulação, visto corresponderem à fase da vida em que o desenvolvimento psicofísico é mais acelerado;
• tudo o que a educação pode oferecer à criança nestas idades requer menor esforço educativo do que nas idades posteriores.

A educação precoce deverá fomentar todos os aspectos do desenvolvimento, como:
• Motricidade;
• Percepção;
• Linguagem;
• Socialização;
• Afetividade.


A Educação Pré-escolar
Antes da integração da pessoa deficiente mental na escola, é necessário ter em conta os seguintes parâmetros:
• Atuação pedagógica orientada:
• Estimulação e motivação para a aprendizagem e para atividades relacionais;
• Educação sensoriomotora e psicomotora;
• Treino de autonomia e hábitos de higiene;
• Educação rítmica;
• Iniciação à comunicação social;
• Educação verbal elementar.

A Educação na Escola
A educação no período escolar deve investir no desenvolvimento de todas as potencialidades da criança deficiente, com o objetivo de a preparar para enfrentar sozinha o mundo em que tem de viver.
Neste sentido, devem ser favorecidas todas as atividades que a ajudem a adquirir as capacidades necessárias para se desenvolver como ser humano:
• Sociabilização;
• Independência;
• Destreza;
• Domínio do corpo;
• Capacidade perceptiva;
• Capacidade de representação mental;
• Linguagem:
• Afetividade




Assuntos :

PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO ESPECIAL
A psicopedagogia não vê a aprendizagem somente dentro do espaço da escola, pois entende que ela ocorre em todos os lugares e durante o tempo inteiro no decorrer da existência humana. Investiga as relações do indivíduo com o conhecimento, o vínculo deste com a aprendizagem e as significações contidas no ato de aprender. Articula saberes e fazeres dentro de um espaço lúdico atendendo o aprendente-ensinante em suas necessidades específicas, acreditando e desenvolvendo o potencial de cada um. O público-alvo não se restringe às crianças e aos adolescentes, pois hoje em dia muitos adultos vêm buscando tratamento para as suas dificuldades que muitas vezes se acentuam com a entrada na faculdade.


Interdisciplinaridade


MULTIDISCIPLINARIDADE: um tema é abordado por diversas disciplinas sem uma relação direta entre elas. As abordagens são específicas de cada disciplina e não há interligação. Os temas são integrados, mas cada disciplina tem seus próprios objetivos.
PLURIDISCIPLINARIDADE: existe sinal de cooperação entre as disciplinas, que ocorrem de forma intuitiva. O tema é único, mas não é unificador – não é demonstrada aos alunos a relação existente entre as diferentes áreas do conhecimento, as disciplinas continuam a trabalhar de forma compartimentada.
INTERDISCIPLINARIDADE: duas ou mais disciplinas relacionam seus conteúdos para aprofundar o conhecimento – há uma integração – nesse caso é necessário uma cooordenação, que integre os objetivos, atividades, procedimentos, planejamentos e propicie intercâmbio, a troca, o diálogo, etc.
TRANSDISCIPLINARIDADE: é uma abordagem mais complexa em que a divisão por disciplinas, hoje implantada nas escolas, deixa de existir. Essa prática somente será viável quando não houver mais a fragmentação do conhecimento.A interdisciplinaridade visa garantir a construção de um conhecimento globalizante, rompendo com as fronteiras das disciplinas. Para isso, integrar conteúdos não seria suficiente, seria preciso, como sustenta Ivani Fazenda (1979), uma atividade e postura interdisciplinar. Atitude de busca, envolvimento, compromisso, reciprocidade, diante do conhecimento.
Devemos pensar em um ensino com qualidade e não com quantidade de conteúdos.
O trabalho do professor deve ser mais flexível, mais autônomo, menos preso na condição de cumprimento dos conteúdos propostos. O professor atuará mediando, facilitando o acesso aos materiais de pesquisa, buscando o foco de interesse, promovendo discussões, indagando mais do que respondendo. Preocupando-se mais com o processo e não com o produto, garantindo dessa forma o sucesso do processo ensino-aprendizagem.
Só é possível pensar em interdisciplinaridade quando há comprometimento da equipe, estabelecendo-se divisões de tarefas e equidade nas informações tanto de ordem procedimentais quanto de resultados. Estamos diante de uma nova postura, de uma mudança de atitude em busca da unidade de pensamento.
Na educação ela teve um desenvolvimento particular. Nos projetos educacionais a interdisciplinaridade se baseia em alguns princípios, entre eles:

1. Na noção de tempo: o aluno não tem tempo certo para aprender. Não existe data marcada para aprender. Ele aprende toda hora e não apenas na sala de aula. (Emilia Ferreiro);
2. Na crença de que o indivíduo aprende. Então é preciso ensinar a aprender, a estudar, etc., ao indivíduo e não a um coletivo amorfo. Portanto, uma relação direta e pessoal com a aquisição do saber;
3. Embora apreendido individualmente, o conhecimento é uma totalidade. O todo é formado pelas partes, mas não é apenas a soma das partes. É maior que as partes;
4. A criança, o jovem e o adulto aprendem quando tem um projeto de vida, e o conteúdo do ensino é significativo (Piaget) para eles no interior desse projeto. Aprendemos quando nos envolvemos com emoção e razão no processo de reprodução e criação do conhecimento;
5. A interdisciplinaridade é uma forma de pensar. Piaget (1972:144) sustentava que a interdisciplinaridade é uma forma de se chegar a transdisciplinaridade, etapa que não ficaria na interação e reciprocidade entre as ciências, mas alcançaria um estágio onde não haveria mais fronteiras entre as disciplinas – onde se torna impossível distinguir onde começa e onde termina uma disciplina.

A metodologia do trabalho interdisciplinar supõe atitude e método que implica:

- integração de conteúdos;
- Passar de uma concepção fragmentária para uma concepção unitária do conhecimento;
- Superar a dicotomia entre ensino e pesquisa, considerando o estudo e a pesquisa, a partir da contribuição das diversas ciências;
- Ensino-aprendizagem centrado numa visão de que aprendemos ao longo de toda a vida (educação permanente).

A ação pedagógica através da interdisciplinaridade aponta para a construção de uma escola participativa e decisiva na formação do sujeito social. O seu objetivo tornou-se a experimentação da vivência de uma realidade global, que se insere nas experiências cotidianas do aluno, do professor e do povo e que, na teoria positivista era compartimentalizada e fragmentada. Articular saber, conhecimento, vivência, escola, comunidade, meio-ambiente, etc., tornou-se últimos anos, o objetivo da interdisciplinaridade que se traduz, na prática, por um trabalho coletivo e solidário na organização da escola.
Um projeto de educação interdisciplinar deverá ser marcado por uma visão geral da Educação, num sentido progressista e libertador. As disciplinas não são fatias do conhecimento, mas a realização da unidade do saber nas particularidades de cada uma.
“Não se trata de propor a eliminação de disciplinas, mas sim da criação de movimentos que propiciem o estabelecimento de relações entre as mesmas, a ação num trabalho cooperativo e reflexivo, é re-descoberta e construção coletiva de conhecimentos (...)” (Fazenda, 1996).
A interdisciplinaridade deve ser entendida como conceito correlato ao de autonomia intelectual e moral. Nesse sentido a interdisciplinaridade serve-se mais do construtivismo do que serve a ele. O construtivismo é uma teoria de aprendizagem que entende o conhecimento como fruto da interação do sujeito com o meio. Nessa teoria o papel do sujeito é primordial na construção do conhecimento. Portanto, o construtivismo tem tudo a ver com a interdisciplinaridade.
Para uma prática da educação libertadora, o princípio dialético é fundamental para a compreensão do “homem como ser histórico molhado de seu tempo” (Paulo Freire). A possibilidade de integração entre as ciências, atitude e método (Ivani Fazenda) por parte dos educadores, permite observar outras categorias de análise que se fundam em diferentes paradigmas. Tais paradigmas contribuem para a construção do conhecimento por um educando que pratica, reflete e se sente parte da construção do conhecimento, entendendo que cada processo educativo só se conclui quando o mesmo constitui instrumento de compreensão e atuação.
O educador deve possibilitar o diálogo constante entre as disciplinas, possibilitando ao educando uma visão de conjunto do tema abordado. O saber deve ser democratizado, diferenciado, atendendo às exigências dos atuais Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs).
A educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais – os pilares do conhecimento:

- APRENDER A CONHECER: aprender a aprender. Ter domínio do conhecimento – verificar o que realmente importa. O conhecimento não acaba e torna-se cada vez mais inútil tentarmos ensinar tudo. Os avanços no conhecimento são conseguidos nos pontos de interseção das diversas áreas disciplinares. Devemos exercitar nos alunos a atenção, a memória e o pensamento.
- APRENDER A FAZER: consiste na formação profissional. Ensinar o aluno a pôr em prática os seus conhecimentos e a como adaptá-la ao trabalho futuro – a aprendizagem deve evoluir e não mais ser considerada como simples transmissão de práticas formativas: competência para...; qualificação para...
Qualidades como capacidade de comunicar, de trabalhar com os outros, de gerir e resolver conflitos, tornam-se cada vez mais importantes. A qualificação deve ser social e não profissional.
- APRENDER A VIVER JUNTOS, APRENDER A VIVER COM OS OUTROS: conceber uma educação capaz de evitar conflitos ou de resolve-los de maneira pacífica, desenvolvendo o conhecimento dos outros, das suas culturas, da sua espiritualidade. Pertencemos a uma sociedade competitiva em que o sucesso individual prevalece. Devemos trabalhar em equipe em busca de objetivos e projetos comuns, dando lugar a cooperação, a discussão, ao confronto através do diálogo e troca de argumentos.
A educação deve ajudar o indivíduo a descobrir-se a si mesmo, para se colocar no lugar dos outros e compreender as suas reações.
Os jovens deveriam reservar um tempo para se envolver em projetos de cooperação e participação de atividades sociais: atividades desportivas e culturais, ajuda aos menos favorecidos, ações humanitárias...
- APRENDER A SER: a educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa que deverá elaborar um pensamento autônomo e crítico para formular os seus próprios juízos de valor, de modo a poder decidir, por si mesmos, como agir nas diferentes circunstâncias da vida.
Assim sendo, a interdisciplinaridade se realiza como uma forma de ver e sentir o mundo. De estar no mundo. É necessário um planejamento conjunto que possibilite a eleição de um eixo integrador, que pode ser um objeto de conhecimento, um projeto de intervenção e, principalmente, o desenvolvimento da realidade sob uma ótica global e complexa. Se formos capazes de perceber, de entender as múltiplas implicações que se realizam, ao analisar um acontecimento, um aspecto da natureza, isto é, o fenômeno dimensão social, natural ou cultural... Somos capazes de entender o mundo de forma holística, em sua rede infinita de relações, em sua complexidade.


Autismo
 
Fonte :http://www.autismo.com.br/
 
 
O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento. É uma alteração que afeta a capacidade de comunicação do indivíduo, de socialização (estabelecer relacionamentos) e de comportamento (responder apropriadamente ao ambiente — segundo as normas que regulam essas respostas). Esta desordem faz parte de um grupo de síndromes chamado transtorno global do desenvolvimento (TGD), também conhecido como transtorno invasivo do desenvolvimento (TID), do inglês pervasive developmental disorder (PDD). Entretanto, neste contexto, a tradução correta de "pervasive" é "abrangente" ou "global", e não "penetrante" ou "invasivo". Mais recentemente cunhou-se o termo Transtorno do Espectro Autista (TEA) para englobar o Autismo, a Síndrome de Asperger e o Transtorno Global do Desenvolvimento Sem Outra Especificação.
Algumas crianças, apesar de autistas, apresentam inteligência e fala intactas, outras apresentam sérios problemas no desenvolvimento da linguagem. Alguns parecem fechados e distantes, outros presos a rígidos e restritos padrões de comportamento. Os diversos modos de manifestação do autismo também são designados de espectro autista, indicando uma gama de possibilidades dos sintomas do autismo. Atualmente já há a possibilidade de detectar a síndrome antes dos dois anos de idade em muitos casos.
Certos adultos com autismo são capazes de ter sucesso na carreira profissional. Porém, os problemas de comunicação e socialização causam, frequentemente, dificuldades em muitas áreas da vida. Adultos com autismo continuarão a precisar de encorajamento e apoio moral na sua luta para uma vida independente. Pais de autistas devem procurar programas para jovens adultos autistas bem antes dos seus filhos terminarem a escola. [Dica]: Caso conheça outros pais de adultos com autismo, pergunte sobre os serviços disponíveis.
O autismo afeta, em média, uma em cada 88 crianças nascidas nos Estados Unidos, segundo o CDC (sigla em inglês para Centro de Controlo e Prevenção de Doenças), do governo daquele país, com números de 2008, divulgados em março de 2012.- no Brasil, porém, ainda não há estatísticas a respeito do TEA. Em 2010, no Dia Mundial de Conscientização do Autismo, 2 de abril, a ONU declarou que, segundo especialistas, acredita-se que a doença atinja cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo, afetando a maneira como esses indivíduos se comunicam e interagem. O aumento dos números de prevalência de autismo levanta uma discussão importante sobre haver ou não uma epidemia da síndrome no planeta, ainda em discussão pela comunidade científica. No Brasil, foi realizado o primeio estudo de epidemiologia de autismo da América Latina, publicado em fevereiro de 2011—com dados de 2010 --, liderado pelo psiquiatra da infância Marcos Tomanik Mercadante (1960-2011), num projeto-piloto com amostragem na cidade paulista de Atibaia, aferiu a prevalência de um caso de autismo para cada 368 crianças de 7 a 12 anos. Outros estudos estão em andamento no Brasil.
Um dos mitos comuns sobre o autismo é de que pessoas autistas vivem em seu mundo próprio, interagindo com o ambiente que criam; isto não é verdade. Se, por exemplo, uma criança autista fica isolada em seu canto observando as outras crianças brincarem, não é porque ela necessariamente está desinteressada nessas brincadeiras ou porque vive em seu mundo. Pode ser que essa criança simplesmente tenha dificuldade de iniciar, manter e terminar adequadamente uma conversa, muitos cientistas atribuem esta dificuldade à Cegueira Mental, uma compreensão decorrente dos estudos sobre a Teoria da Mente.
Outro mito comum é de que quando se fala em uma pessoa autista geralmente se pensa em uma pessoa retardada ou que sabe poucas palavras (ou até mesmo que não sabe alguma). Problemas na inteligência geral ou no desenvolvimento de linguagem, em alguns casos, pode realmente estar presente, mas como dito acima nem todos são assim. Às vezes é difícil definir se uma pessoa tem um déficit intelectivo se ela nunca teve oportunidades de interagir com outras pessoas ou com o ambiente. Na verdade, alguns indivíduos com autismo possuem inteligência acima da média.
A ciência, pela primeira vez falou em cura do autismo em novembro de 2010, com a descoberta de um grupo de cientistas nos EUA, liderado pelo pesquisador brasileiro Alysson Muotri, na Universidade da Califórnia, que conseguiu "curar" um neurônio "autista" em laboratório. O estudo, que baseou-se na Síndrome de Rett (um tipo de autismo com maior comprometimento e com comprovada causa genética), foi coordenado por mais dois brasileiros, Cassiano Carromeu e Carol Marchetto e foi publicado na revista científica Cell.
 
 Características do Autismo

Segundo a ASA (Autism Society of American), indivíduos com autismo usualmente exibem pelo menos metade das características listadas a seguir:
  1. Dificuldade de relacionamento com outras pessoas
  2. Riso inapropriado
  3. Pouco ou nenhum contato visual - não olha nos olhos
  4. Aparente insensibilidade à dor - não responde adequadamente a uma situação de dor
  5. Preferência pela solidão; modos arredios - busca o isolamento e não procura outras crianças
  6. Rotação de objetos - brinca de forma inadequada ou bizarra com os mais variados objetos
  7. Inapropriada fixação em objetos
  8. Perceptível hiperatividade ou extrema inatividade - muitos têm problemas de sono ou excesso de passividade
  9. Ausência de resposta aos métodos normais de ensino - muitos precisam de material adaptado
  10. Insistência em repetição, resistência à mudança de rotina
  11. Não tem real medo do perigo (consciência de situações que envolvam perigo)
  12. Procedimento com poses bizarras (fixar objeto ficando de cócoras; colocar-se de pé numa perna só; impedir a passagem por uma porta, somente liberando-a após tocar de uma determinada maneira os alisares)
  13. Ecolalia (repete palavras ou frases em lugar da linguagem normal)
  14. Recusa colo ou afagos - bebês preferem ficar no chão que no colo
  15. Age como se estivesse surdo - não responde pelo nome
  16. Dificuldade em expressar necessidades - sem ou limitada linguagem oral e/ou corporal (gestos)
  17. Acessos de raiva - demonstra extrema aflição sem razão aparente
  18. Irregular habilidade motora - pode não querer chutar uma bola, mas pode arrumar blocos
  19. Desorganização sensorial - hipo ou hipersensibilidade, por exemplo, auditiva
  20. Não faz referência social - entra num lugar desconhecido sem antes olhar para o adulto (pai/mãe) para fazer referência antes e saber se é seguro
Observação: É relevante salientar que nem todos os indivíduos com autismo apresentam todos estes sintomas, porém muitos dos sintomas está presente entre os 12 e os 24 meses da criança. Eles variam de leve a grave e em intensidade de sintoma para sintoma, pois o autismo se manifesta de forma única em cada pessoa. Adicionalmente, as alterações dos sintomas ocorrem em diferentes situações e são inapropriadas para sua idade.
Vale salientar também que a ocorrência desses sintomas não é determinista no diagnóstico do autismo. Para tal, se faz necessário acompanhamento com psicólogo, psiquiatra da infância ou neuropediatra.

Exames
 
O diagnóstico do autismo é feito clinicamente, mas pode ser necessário a realização de exames auditivos com a finalidade de um diagnóstico diferencial.
Outros exames devem ser considerados não para diagnóstico, mas com a finalidade de se realizar um bom tratamento. São eles: ácidos orgânicos, alergias alimentares, metais no cabelo, perfil ION, imunodeficiências, entre outros.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Autismo



Síndrome de Asperger







Os Diferentes Tipos de Autismo



Marcelo Serrado tem irmão autista e conta que sofreu com o preconceito

Ator fala pela primeira vez sobre os desafios que o irmão mais velho enfrentou

Marcelo Serrado, o Tonico Bastos da novela Gabriela, tem um irmão autista e conhece de perto as dificuldades de quem precisa de atenção especial. Pela primeira vez, o ator fala sobre os preconceitos que teve que enfrentar. “Meu irmão é 10 anos mais velho do que eu, mas mesmo assim o preconceito que ele sofria foi uma coisa muito marcante na minha infância. Eu não entendia muito o que acontecia. Ele era normal até os 4 anos, depois começou a ter algumas convulsões e foi diagnosticado com autismo. Me lembro do dia em que eu estava fazendo uma peça infantil e levei o meu irmão para assistir. Ele é corcunda e eu percebi que as pessoas olhavam para ele com diferença”, contou.
O irmão de Marcelo estudou em uma escola especial na cidade de Betim, em Minas Gerais, mas hoje, mais de 600 mil crianças e adolescentes com necessidades especiais estão incluídas nas turmas regulares.
No exterior esse assunto tem muito destaque. Nos Estados Unidos, o repórter Hélter Duarte conta que o número de autistas aumentou 78% na última década. “Especialistas acreditam que o número cresceu tanto porque o diagnóstico melhorou e chegou às áreas mais pobres do país”, contou.

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